Ervália, 1979
Escolhida não foste, restaste
e vives não do vento que sopraste
e amas não o teu rosto.
Levas dentro do corpo (teu barco) um berro imerso no sangue,
um ódio, um marco, uma âncora de ferro.
Justo agora sempre é o nunca mais,
uma hora qualquer é cheia de cortes.
Importa pouco andar à frente ou atrás,
zombar do corpo
é confundir-lhe a morte.
Desmancha a cama, o quarto, a casa
e entra pro lado de fora das coisas!
Fica quieta durante um século
e ouve o eco do teu corpo ricocheteando nas pedras,
deste abismo àquele abismo, desde há muitos e muitos anos...
Visita a infância ao meio dia,
inventa a praça (que não havia) e diz teu preço, tua palavra à toa.
Obriga o medo (que nunca passa)
a desistir do segredo que te amaldiçoa
e some do enredo na fumaça sem contorno.
E amar, mulher, o quanto puder e não dar sossego ao corpo!
Obs.: este poema foi publicado na revista Rubedoe vives não do vento que sopraste
e amas não o teu rosto.
Levas dentro do corpo (teu barco) um berro imerso no sangue,
um ódio, um marco, uma âncora de ferro.
Justo agora sempre é o nunca mais,
uma hora qualquer é cheia de cortes.
Importa pouco andar à frente ou atrás,
zombar do corpo
é confundir-lhe a morte.
Desmancha a cama, o quarto, a casa
e entra pro lado de fora das coisas!
Fica quieta durante um século
e ouve o eco do teu corpo ricocheteando nas pedras,
deste abismo àquele abismo, desde há muitos e muitos anos...
Visita a infância ao meio dia,
inventa a praça (que não havia) e diz teu preço, tua palavra à toa.
Obriga o medo (que nunca passa)
a desistir do segredo que te amaldiçoa
e some do enredo na fumaça sem contorno.
E amar, mulher, o quanto puder e não dar sossego ao corpo!
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