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Uma mulher silenciosa

Publicado em Poemas
Niterói, 1983


Silenciosa, sim, essa moça, mas não como gueixa, não como santa.
Tanto é o calor, a emoção é tanta, que em seu vapor
destrói num turbilhão tremendo
as palavras ainda nascendo nas travas da garganta.

Silenciosa, sim, essa moça, mas como sereia, não como peixe.
Toda molhada, cheia de poças, cheia de chuvas, rios
e lagos, de olhos e lábios toda cheia
e canções antigas e perigosas.

Grave é essa moça
e como a Lua Cheia ou Negra assim também silenciosa
mas que nem por tão distante e suave
é menos gigante e poderosa.


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