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Telas de computador são belíssimas, tão janelas

Publicado em Poemas
Juiz de Fora, 1983


Apenas premedite, não medite
e calque o botão, que o cálculo nem é questão
que se admite.
Há infinitos que a ciencia não permite
tanto inteiros e tão azuis.
O próprio espaço-tempo é dinheiro
e é preciso não pensar à velocidade da luz.

Nas telas um vento eletrônico
movimenta números de plástico.
Delas, belíssimas e mágicas janelas,
lógicas paisagens se assiste:
as montanhas e vales de um gráfico
sem animal e triste.
Note-se a falta de um Sol nesse esquisito céu
a ausencia de um bem e mal.


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